Trata-se aqui de uma obra relevante, principalmente para os pesquisadores iniciantes, pois pretende, de um lado, mostrar como pode ser realizado o mapeamento de estudos produzidos no Brasil e publicados na forma de artigos ou na forma de dissertação de mestrado profissional ou acadêmico e de tese de doutorado; e, de outro lado, discutir e ampliar a sistematização desse processo de estudo de segunda ordem, incluindo também a revisão de literatura ou a revisão sistemática de pesquisas de primeira ordem. A pertinência deste tipo de estudo de segunda ordem evidencia-se necessária principalmente diante da grande quantidade de dissertações e teses na Área de Educação Matemática já produzidas no Brasil. Estima-se, inclusive, que hoje, no Brasil, são produzidas anualmente cerca de 500 dissertações e teses. São geralmente investigações que, devido a sua dispersão regional, pouco se complementam ou dialogam entre si, constituindo uma literatura cinzenta (FIORENTINI; PASSOS; LIMA, 2016), porque não são “controladas por editores científicos” e das quais nem sempre resultam subprodutos em forma de artigos em periódicos científicos ou livros e capítulos de livro. Entretanto, esses trabalhos, bem ou mal, trazem contribuições tanto para o campo profissional do ensino da matemática como para seu campo científico. Com efeito, este tipo de pesquisa necessita ser mapeado e revisado, principalmente pelos pesquisadores iniciantes. Ao fazer isso, não apenas se evita que cada mestrando ou doutorando acabe reinventando o que já foi feito ou o que já se sabe, mas que possa também situar e dimensionar seu problema de pesquisa e obter um melhor horizonte teórico-analítico para sua pesquisa.